sexta-feira, 18 de março de 2016

O criminoso sempre volta ao local do crime

Quando o ex-presidente Lula mandou que a Justiça “enfiasse o processo dele no cu”, como mostra a gravação do celular da deputada Jandira Feghali, sabia o que estava dizendo. Dias depois, ele voltaria ao Palácio do Planalto como superministro, o mesmo local de onde comandou todos os crimes contra os cofres públicos. Lá, agora, chega como denunciado em vários crimes: lavagem de dinheiro, ocultação de patrimônio e formação de quadrilha. Mesmo com todo essa folha corrida, continua sendo apoiado pelo PMDB, um partido de Maria vai com as outras, que não consegue encontrar uma saída ética e política para a crise do país.


Ao desabafar diante do delegado da Polícia Federal, no aeroporto de Congonhas, que iria ao Janot (Rodrigo Janot, Procurador-geral da República) quando toda essa “porra” acabar, referindo-se as investigações do seu tríplex e do sítio de Atibaia, Lula queria mostrar que tinha intimidade com o procurador. E a comprovação desse convívio também não demorou a aparecer. Saiu da antessala da Procuradoria o nome para assumir o Ministério da Justiça. Quer mais: quando a Dilma foi acuada pelas denúncias do senador Delcídio do Amaral que colocou sob suas costas a responsabilidade pela compra da refinaria de Pasadena, a presidente, em sua defesa, mostrou para todo o país o parecer do Janot que não só a inocentava como livrava a cara de todos os conselheiros da Petrobrás que, à época, lesaram a Petrobrás.

Agora, com a confirmação da delação de Delcídio de que a Dilma esteve à frente das negociações da refinaria é de se perguntar ao Procurador-geral se não foi precipitado o veredito que a inocentou. A recondução de Janot ao cargo de Procurador Geral da República certamente não foi mera coincidência.

É assim que a coisa funciona na republiqueta das bananas. Lula, no poder, vai deitar na sopa. Arrotar prepotência diante dos seus vassalos no Congresso Nacional que tremem de medo de uma provável delação premiada do ex-presidente. Ora, se o Delcídio, ao abrir o bico, criou esse bafafá todo, imagine uma confissão de Lula que chefiou – e chefia – durante mais de uma década essa máfia de políticos e empresários. Não ficaria pedra sobre pedra se tal coisa acontecesse.

Durante os últimos anos, o Lula foi ocupando os espaços no governo porque há muito tempo a Dilma deixou de governar. Prefere os passeios de bicicletas, a modelagem do corpo; as viagens para o exterior onde se hospeda em hotéis luxuosos e restaurante requintados ao trabalho de administrar o país para o qual foi eleita por mais de 50 milhões de pessoas. Dilma traiu todos esses eleitores que, enganados ou não, votaram nela para presidente. Agora, por inépcia e incompetência, vê-se prisioneira dentro do Palácio do Planalto que, na verdade, virou um depósito de futuros presidiários.

Lula se impôs diante dela. Exigiu um cargo com poderes absolutos. É o mesmo que o José Dirceu exerceu para corromper os políticos e seus comparsas petistas que se envolveram no mensalão. Assusta a nação só em pensar que foi desse gabinete que Dirceu e, depois Dilma, comandaram o maior assalto às empresas públicas do país, cujos responsáveis estão sendo condenados pelo juiz Sergio Moro. O ex-presidente escolheu bem o ministério de onde vai comandar novamente a engrenagem do clientelismo porque é por lá que passam os políticos fisiológicos em busca de um troquinho para as sua campanhas.

A valentia de Lula diante do delegado da Polícia Federal era só bravata, como agora os brasileiros veem. Acuado pelo juiz Sérgio Moro, ele foi se esconder embaixo da saia da Dilma, uma atitude covarde, humilhante e desprezível para um homem público. De lá, certamente só sairá para confabular com seus amigos ministros do STF, de quem ele se vangloria de tê-los como afilhados. Afinal de contas, espalha, eles só estão no cargo pela força da sua caneta. Como também ministro, resguardado pelo foro privilegiado, vai discutir com eles de igual para igual. Os crimes cometidos, por enquanto, vão dormir na gaveta dos seus amigos e leais ministros do tribunal.

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