segunda-feira, 28 de março de 2016

Brasil fica para depois

Passear pelas milhares de linhas assinaladas a cada dia, mesmo a cada hora, se intoxicando de informação, propicia a quem quer colocar tudo num saco de gatos para poder se safar. No quebra-pau destes tempos no país, mais do que nunca há que se pensar, e muito, sobre os acontecimentos, que não são poucos. 

O que está em jogo é a briga pelo poder com a judicialização do Legislativo, a politização do Judiciário e a vitimização do Planalto. O poder petista embaralhou as regras, pois está aí para confundir. Quanto mais embaralhado, melhor. Ou seria quanto pior, melhor?

Nesta confusão entre conceitos e brasileiros, o que temos certeza é que o governo deixou de governar e levou o país para o brejo, por livre e espontânea vontade. Deixou de se explicar, como os petistas fugiram sempre de qualquer explicação, preferindo apelar para manipulações retóricas quando não para o ilusionismo de promessas e a arregimentação das massas (pagas).

Os erros de Dilma sempre foram claros. Péssima administradora e ainda pior conciliadora, mostrou arrogância até em errar como quando presidiu o Conselho da Petrobras ou ocupou a Casa Civil. Não há defesa que sustente sua prepotência de também gerir a articulação política. E agora demonstra o desastre total em respeitar a faixa presidencial. Saiu pro pau contra a Justiça, quase aparelhou o governo e investiu no bero troglodita partidário. Achou-se dona do Estado, quando é apenas mera servidora com prazo de validade.

A chamada Oposição, que sempre foi cúmplice na maracutaia com culpa no cartório, não tem nada com a crise econômica, porque não manda no Ministério da Fazenda. Jogar a culpa no Legislativo pelo mal funcionamento da economia é como Lula jogar o desastre do desemprego no colo de um juiz de 1º instância. Confete para alegria dos militantes.

Quanto ao PT e Lula, são o que eram quando oposição: não há adversário, há inimigos que não pensam como nós. É de um primarismo político extremo bem próximo do autoritarismo dos anos 1960. Os argumentos que usam cheiram a naftalina e nunca se adaptaram a novos tempos como apregoam. Nunca explicaram a participação no mensalão, mesmo praticamente envolvidos com eminentes figuras do partido presas. No petrolão, também recusam explicações sob alegação de inocência.

Se prenunciam um golpe, é para se vitimizarem. Erraram amplamente como partido e governo. Não podem culpar outros pela atual situação e atacarem o impeachment que é constitucional. Mais uma vez erram ao irem contra a Constituição e jogarem todos seus batalhões mercenários neste lance.

Nesta sucessão de erros Dilma, Lula e o PT esqueceram o Brasil para se dedicarem demagogicamente à luta contra o fim do governo. Como um bando vira-lata, se degladiam pelo osso como garantia de sobrevivência.

Talvez seja o maior crime que cometem: incendeiam o país, confundem cidadãos, embaralham poderes, em nome de assegurar o Poder. Ah, o Brasil, bem, fica para depois, mas está nos planos petistas, apenas como o osso que os mantém livres do xilindró e sobrevivam nos vinhos e charutos, no melhor estilo republiqueta.

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