O ex-presidente Lula estaria articulando o combate a uma suposta campanha de criminalização das atividades político-partidárias. Teria sugerido para tanto, em conversa com lideranças do PMDB, uma atuação conjunta das presidências dos Três Poderes. Ora, é um generoso eufemismo descrever como “campanha de criminalização” a divulgação das investigações do Poder Judiciário sobre as degeneradas práticas político-partidárias atuais.
Não há dúvida de que uma atuação coordenada entre Dilma, Renan e Cunha em favor de uma reforma da legislação eleitoral teria sido um ótimo conselho do ex-presidente. Afinal, a classe política continua nos devendo uma forma decente de conduzir suas atividades.
Mas não era bem isso o que Lula tinha em mente na conversa com o PMDB. Pois teria aceitado rapidamente um conselho mais objetivo do ex-presidente Sarney. “O problema é a Lava-Jato, que ameaça o topo da República, de Lula a Dilma, passando pelos presidentes da Câmara e do Senado.
E só Lula, como maior líder político do país, poderia deter a enxurrada. Como? Pressionando os ministros dos tribunais superiores a anular a investigação do petrolão. Lula ficou de procurar Ricardo Lewandowski, presidente do Supremo Tribunal Federal, um amigo de longa data que demonstrou solidariedade no processo do mensalão e pode ser agora decisivo na anulação da Lava-Jato”, registra a revista “Veja” desta semana.
É uma trágica sucessão de erros. Sendo inadequadas as práticas políticas, há que reformá-las. Pelos excessos praticados e pela omissão do Executivo e do Legislativo quanto às reformas, coube finalmente ao Poder Judiciário coibi-los.
São décadas de escândalos envolvendo cifras cada vez mais astronômicas. As digitais estão em toda parte, sendo só agora examinadas pela Polícia Federal, pelo Tribunal de Contas da União, pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Tribunal Superior Eleitoral.
Veremos nos próximos meses de que é feita a nossa República. É natural que as criaturas do pântano de todos os partidos aconselhem a asfixia das investigações para a sobrevivência de suas práticas. Apostam em uma “operação abafa” no Poder Judiciário, promovida por quem julgam dever
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