Acontece que um grande partido não poderia ter sido destruído de fora, antes de ser erodido por dentro. Seu declínio, por haver cedido à imposição de seus donos, teve causa na decadência de seus ideais, após o fim de uma pequena era de esperança. Com a ascensão ao poder, seu mundo ficou velho. Erodiu-se sua ideologia. Os vícios contra os quais lutou passaram a atacá-lo. A classe trabalhadora na qual se afirmava cedeu às tentações e ao exemplo dos poderosos, tendo a destruição começado de dentro para fora. As facilidades da vida fácil fizeram esquecer sua essência. Não foram, os companheiros, conquistados, mas aderindo pelas facilidades ao seu dispor. Misturaram a indignação dos tempos iniciais com as benesses conquistadas depois. Trocaram as agruras de um vida ascética pelo comodismo de exceções futuras. O caráter viril de sua simplicidade cedeu lugar à inclusão na minoria de privilegiados. Desapareceram, aí, suas qualidades. A velha fé na justiça social e na igualdade cedeu lugar ao estoicismo das mudanças em prol de uma sociedade condenada à desigualdade, cientes de que acima de tudo está a conquista do controle dos semelhantes.
Todas essas considerações aplicam-se ao país onde dona Dilma equilibra-se para permanecer onde está, mas basta substituir onde se lê Partido dos Trabalhadores por Império Romano, no caso, com aplauso a Gibbon, para se concluir que nada de novo existe sob o sol…
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