Refiro-me, naturalmente, a Eduardo Cunha e Renan Calheiros, presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado, suspeitos de envolvimento com a roubalheira na Petrobras.
O governo quase não apita mais nas duas Casas. Nada mais sintomático disso do que a derrota colhida por ele no Senado que aprovou o disparatado reajuste dos servidores do Judiciário.
O governo perdeu por 62 votos a 0. Nem os 13 senadores do PT votaram com ele. Ao sentirem o tamanho da derrota, pediram para ser liberados. E foram por seu líder Humberto Costa (PT-PE).
O reajuste é um despropósito na hora em que a maioria dos brasileiros come a mandioca que o diabo amassou. Em breve, o Ministério Público pedirá vantagem parecida. E o próprio Congresso.
Bons argumentos sustentaram a posição do governo contrária à redução da maioridade penal. Mas isso não bastou. Está evidente a falta de coordenação política do governo.
O vice-presidente Michel Temer (PMDB-SP) não dá conta do recado. Menos porque lhe faltar talento para isso. Mais porque faltam ao governo condições razoáveis para ser coordenado.
O empenho de Temer esbarra em Aloizio Mercadante, chefe da Casa Civil. E também na própria Dilma que não gosta da história de ter sido obrigada a compartilhar o poder com seu vice.
O ajuste fiscal do ministro Joaquim Levy, da Fazenda, arrasta-se mal e mal. Daqui a pouco ficará claro que as medidas do ajuste não serão mais suficientes para produzir o resultado desejado.
O país navega ao sabor das marolas causadas pelo Congresso e pela Operação Lava Jato.
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