Os demais envolvidos no superfaturamento, no cartel das obras e no pagamento de propinas a diretores, gerentes, superintendentes, políticos e partidos, estavam incomodados com a situação. Os advogados das outras empresas já estavam arquitetando uma estratégia envolvendo o instituto da isonomia. Por que os nossos executivos estão presos e os da cereja do bolo continuam livres, leves e soltos?
Agora, se advier alguma manobra para salvar as empreiteiras corruptas, o arcabouço jurídico do país desmorona. No inconsciente coletivo do povo ficará claro que o crime compensa. As pessoas honestas terão a sensação de que agiram como bobas a vida toda e que o certo é mamar nas tetas gordas do Estado.
Se persistirem e se tornarem realidades os rumores que rondam o cenário contra as ações moralizadoras do juiz Sérgio Moro, podem estar certos de que o país sairá desmoralizado perante o palco das nações. A partir da salvação de executivos e de empreiteiras corruptas. deverão ser abertas todas as trancas das cadeias do país, até para ser cumprido o preceito constitucional, cláusula pétrea, da isonomia de tratamento.
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