quinta-feira, 25 de junho de 2015

No petrolão, o que está em jogo é a honradez da Justiça

Enfim, a “cereja do bolo” caiu nas malhas da Justiça. Já estava ficando muito estranho o fato de as principais empreiteiras terem seus executivos presos na Operação Lava Jato e a maior de todas, a Odebrecht, aquela que navegava em mar calmo, apesar de ser a que mais contratos possuía ou possui com a Petrobras.

Os demais envolvidos no superfaturamento, no cartel das obras e no pagamento de propinas a diretores, gerentes, superintendentes, políticos e partidos, estavam incomodados com a situação. Os advogados das outras empresas já estavam arquitetando uma estratégia envolvendo o instituto da isonomia. Por que os nossos executivos estão presos e os da cereja do bolo continuam livres, leves e soltos?

Agora, se advier alguma manobra para salvar as empreiteiras corruptas, o arcabouço jurídico do país desmorona. No inconsciente coletivo do povo ficará claro que o crime compensa. As pessoas honestas terão a sensação de que agiram como bobas a vida toda e que o certo é mamar nas tetas gordas do Estado.


Quanto mais ilícitos, mais a certeza da impunidade, pois sobrarão recursos para pagar os advogados de alto escalão, aqueles mesmos que no Mensalão protagonizaram o espetáculo teatral egolátrico perante os ministros da Corte Constitucional. Alguns não conseguiram a absolvição de seus clientes, mas muitos réus todos cumprindo prisão domiciliar, próximo a ganhar indulto e perdão judicial, com já aconteceu com José Genoino.

Se persistirem e se tornarem realidades os rumores que rondam o cenário contra as ações moralizadoras do juiz Sérgio Moro, podem estar certos de que o país sairá desmoralizado perante o palco das nações. A partir da salvação de executivos e de empreiteiras corruptas. deverão ser abertas todas as trancas das cadeias do país, até para ser cumprido o preceito constitucional, cláusula pétrea, da isonomia de tratamento.

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