O conceito de moderno é relativamente difuso nas ciências sociais. Surge em meados do século XIX, mais como uma manifestação de partes da população contra os então valores tradicionais ainda da Igreja e dos resquícios da Idade Média, na sua superação pela industrialização e o capitalismo. Na moda, estes conceitos são mais presentes, na sucessiva mudança de hábitos e costumes que diferenciam as classes e grupos sociais. Nas artes, principalmente na pintura, com Picasso e tantos outros, toma corporeidade devido à sua referência a um movimento bem específico e determinado no tempo. Assim como na literatura.
Nas ciências sociais, o sociólogo polonês Zygmunt Bauman propõe o termo “modernidade líquida”, como o saldo que diferencia sociedades mais desenvolvidas de outras. O conceito de modernidade, entretanto, é altamente imbuído de juízo de valor, nem sempre eficaz ou preditivo de tendências.
Muitos conceituam a modernidade como aquilo que vem depois. Trata-se, entretanto, de termo, quando mal aplicado, infrutífero e até mesmo pernicioso, no que possa expressar tendências nefastas sob o manto da terminologia. Hitler e o nazismo teriam sido modernos por vir após a República de Weimar? Bolsonaro, quando aparece no Brasil, foi moderno ou retrógrado? Viktor Órban, o que representa? Seria moderno o futuro sombrio do apocalipse que se apresenta à crise ambiental?
Como disse Shakespeare, “há mais coisas entre o céu e a terra do que pode imaginar nossa vã filosofia”. Não é o que vem depois que legisla sobre o que há de certo no amanhã.
Nenhum comentário:
Postar um comentário