É assustador assistir as lideranças do atual governo negando a qualidade das vacinas criadas pela ciência e defendendo a qualidade de remédios sem qualquer comprovação científica. Mais grave, estas não são as únicas manifestações negacionistas do governo, do presidente, seus ministros e muitos de seus seguidores. Eles colocam crenças criadas por instigadores ideológicos como verdade, mesmo que a ciência mostre que são ideias falsas. Acreditam nas fake news, que eles criam. Uma estratégia de enganação que leva as pessoas e seus grupos sociais a negarem a realidade e com isto assustar a população. O Brasil atravessa um momento em que seu presidente e seu governo tomam decisões com base em ilusões que eles próprios criam. Aos poucos vão aumentando mortes e afundam o país.
O que faz este momento ainda mais grave, é que a oposição também aposta nas suas próprias negações da realidade. Uma dessas é negar os riscos à democracia, por causa de divisão das forças democráticas. Não há percepção de que o divisionismo entre mais de dez candidatos pode levar o processo eleitoral na direção de um segundo turno, no qual os opositores a Bolsonaro terão dificuldades em subirem no palanque, para pedir votos para aquele ou aquela que chegar ao segundo turno. Desde o início do processo eleitoral, percebe-se que o divisionismo enfraquece as forças democráticas que se digladiam como inimigas. O negacionismo impede perceber esta realidade e seus riscos. Impede também perceberem que o PT e Lula conservam uma força que deve levá-lo ao segundo turno, porque as lideranças políticas da terceira via foram incapazes de oferecer ao país uma alternativa e atrair apoio eleitoral para ela.
Da mesma forma, o PT vive seus negacionismos uma vez que não percebe que a força que tem dificilmente elege sozinha seu candidato, diante da rejeição que ainda sofre. E que, se vencer sozinho a eleição, dificilmente conseguirá governar.
Esta é uma pátria de políticos negacionistas.
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