Além de acalmar o mercado financeiro e tentar esvaziar o protesto dos caminhoneiros, a nota de arrego de Bolsonaro vem às vésperas das manifestações do domingo 12, que ganhou a forma de um movimento essencialmente antibolsonarista, unindo sob a mesma bandeira ‘branca’ lideranças liberais, progressistas e de centro.
Não é à toa que o PT de Lula se recusa a aderir ao protesto, pois tampouco o impeachment de Bolsonaro interessa ao ex-presidiário e aos agentes políticos e econômicos que o apoiam nos bastidores.
Claro está que os principais atores nesse cenário permanecem em suas posições. Bolsonaro não pediu desculpas a Moraes e ao STF, nem o fará; seus filhos permanecerão com a espada de Dâmocles sob a cabeça; Arthur Lira manterá o impeachment engavetado e Ciro Nogueira seguirá com a chave do cofre nas mãos.
Os bolsonaristas fanáticos seguirão se oferecendo ao sacrifício, na esperança de que Bolsonaro, em uma estratégia de guerra mirabolante e inacessível aos reles mortais, “dê um xeque-mate no establishment”.
E o eleitor pagador de impostos, que não suporta a cleptocracia lulopetista e o bolsonarismo genocida, seguirá torcendo por uma terceira via que parece cada vez mais inviável.
Claudio Dantas
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