Bolsonaro o exonerou...
1) Para não virar motivo de chacota e indignação internacional, logo agora que o amigo Trump pediu o ingresso do Brasil na OCDE, no lugar da Argentina. Nos principais sites de notícias do mundo, Goebbels ressuscitou graças ao governo Bolsonaro.
2) Para fazer média com os judeus. Se fosse uma fala contra nossas atrizes, nossos negros ou nossos gays, Alvim seria agraciado com elogios e cafunés.
3) Para o Congresso não ficar de mal com ele, nas pessoas de Rodrigo Maia e Davi Alcolumbre, e bloquear todos os seus ímpetos de legislar – e para não deixar o presidente do STF Dias Toffoli incomodado. Não convém, não convém.
4) Para não transformar Richard Wagner no hino oficial da Cultura, porque Bolsonaro detesta ópera e não entendeu a frase em alemão que estava na mesa de Alvim.
5) Para poder “bombardear” a arte e a cultura no Brasil com mais esperteza, sem ser tachado de nazista. O trecho fatal do discurso, segundo o próprio Alvim, foi “uma coincidência retórica” – entre o pensamento de Goebbels e o do presidente brasileiro, sobre "a arte pura, heroica, conservadora e imperativa"...Uma coincidência "infeliz". Só isso.
6) Para agradar a Olavo de Carvalho, que já estava achando Alvim ruim da cabeça. E se Olavo acha alguém louco...
7) Para não ouvir da imprensa que seu governo é formado em parte por lunáticos fanáticos, uma imprensa que “não tem vergonha na cara” e cisma em ser profissional e independente. Pela primeira vez, não rebateu as críticas.
8) Para o Brasil parar de insistir na demissão do “imprecionante” Abraham Weintraub. Por um tempo. Weintraub ganhou sobrevida na Educação com a saída de Alvim.
9) Para ganhar tempo e adiar a demissão de Salles, outro trapalhão. Ele não ficará à frente do Meio Ambiente até o fim do mandato presidencial.
10) Para ganhar tempo e adiar a demissão de Damares. Ela não ficará à frente do Ministério da Mulher e Direitos Humanos até o fim do mandato presidencial.
"Roberto Alvim, quem?" foi o título de minha primeira coluna sobre esse obscuro e estranho secretário de nossa Cultura, que jamais representou os artistas.
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