Esse tal de cartão corporativo é uma excrescência do serviço público. Foi criado para pilhar o dinheiro do brasileiro amparado por uma lei absurda, draconiana, que esconde da população os gastos de um seletivo grupo do governo. A farra é tão desmensurada que até tapioca o cartão já financiou. Lembra? Orlando Silva, então ministro do Esporte do governo do PT, deu uma cartãozada na vendedora que, para não ser humilhada pelo gesto arrogante e prepotente do ex-ministro, passou o cartão dele na maquininha dando-lhe um lugar cativo no folclore político brasileiro: o de idiota.
Esse cartão não deveria estar protegido por segredo de estado. Só em um país como o nosso, um grupo de pessoas é escalado para gastar o dinheiro do contribuinte e ele, o coitado, não pode saber o destino da grana porque algum malandreco lembrou-se em boa hora de manter a farra em sigilo amparado em lei. A orgia já chegou até a motéis. O cartão já patrocinou também outras esbórnias pelo Brasil afora. Lembra do Palocci, que transformou em puteiro uma casa do Ministério da Fazenda em Brasília? Pois é, ele foi denunciado pelo caseiro de quem quebrou o sigilo bancário como vingança para saber a quem ele servia.
A casa de luz vermelha do Palocci servia para conferências nas madrugadas de Brasília, normalmente regadas a uísque e garotas de programa fornecidas pela sua cafetina para as bacanais. Descoberto, o bordel oficial foi fechado e ele demitido do ministério da Fazenda. Hoje está na cadeia pelos crimes da Lava Jato. No governo do PT o cartão corporativo serviu para isso e outras coisitas. Era um tempo de bonança, tempo em que as empreiteiras bancavam os políticos, distribuía dinheiro aqui e lá fora. Mesmo assim, o cartão corporativo rolava solto nas madrugadas da capital federal.
O grupo petista caiu, muitos estão na cadeia e a organização criminosa, chefiada por Lula, segundo o Ministério Público, esfacelou-se. O povo nas ruas pediu a cabeça da Dilma, cuja popularidade já beirava os 100%. Parecia que o Brasil ia dar uma arrancada com a petezada fora do governo. Mas o que se viu, na verdade, foi uma repetição dilmista no governo Temer a começar pela nomeação dos seus três porquinhos: Geddel, Moreira e Padilha, envolvidos até a medula com a Lava Jato. Estava na cara que isso não ia dar certo.
Agora, o Brasil assiste o Temer cometer as mesmas práticas nocivas ao país com a gastança indiscriminada com o cartão corporativo, no momento em que o Brasil atravessa sua maior crise econômica com os preços nos supermercados que desmentem a inflação oficial.
Ainda tem conserto? Claro, mas para isso precisa soltar as amarras que mantém seu governo refém de Moreira e Padilha e outros asseclas. Oxigenar seu staff político. Dar exemplos de austeridade ao país reduzindo drasticamente essas diárias imorais e o cartão corporativo, dando transparência aos gastos do governo e acabando – como prometeu – com os milhares de cargos comissionadas que só servem para empregar os apaniguados do poder.
Se não tomar medidas para melhorar os índices de popularidades que caíram pela inércia do governo, Temer pode levar um grande susto quando começar a ver os “velhinhos” nas ruas pedindo a sua cabeça, insatisfeitos com a reforma da Previdência. Aí, doutor Temer, não há governo que aguente os bisnetos, os netos, os avós e os pais pedindo a sua cabeça.
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