domingo, 10 de julho de 2016

'Milagre' transformou a Califórnia na sexta maior economia do mundo

A Califórnia ocupa há muito tempo um lugar especial na imaginação dos americanos e de pessoas do mundo inteiro.

É, afinal, a terra de Hollywood, onde os sonhos se tornam realidade. E abriga o Vale do Silício, a capital mundial da inovação tecnológica.

Acrescenta-se a isso o fato de que a região americana também é, segundo dados revelados nesta semana pelo Banco Mundial, o epicentro de um "milagre econômico".

Se fosse um país, a Califórnia seria a sexta economia do mundo. O que é particularmente surpreendente para um Estado que há pouco tempo estava enfrentando a falência.

Hoje, a Califórnia está em outro patamar. Sua economia cresceu 4,1% em 2015, superando a do Brasil e a da França, e passou de oitava para sexta maior economia do mundo.

O PIB do Estado, o mais populoso dos EUA, alcançou os US$ 2,5 trilhões em 2015, aproximadamente a dimensão que tinha a economia britânica no fim do ano passado, antes da sacudida financeira do Brexit.

Alguns sugerem que a Califórnia possa estar no caminho de ficar com o quinto posto mundial se o Reino Unido entrar em recessão por causa da saída da União Europeia.


A região também se tornou uma máquina de geração de empregos. Criou mais vagas que o Texas e a Flórida juntos, Estados que são o segundo e o terceiro mais populosos dos Estados Unidos, respectivamente.

Além disso, é sede de quatro das dez maiores empresas do mundo, incluindo Apple e Google.

Mas além do orgulho cívico que toma os 38 milhões de habitantes da Califórnia, muitos estão buscando tirar lições políticas do crescimento do Estado - e que poderiam ser aplicadas no resto do país.

A área enfrentava uma crise fiscal quando, em 2010, o governador do democrata Jerry Brown encabeçou o processo de recuperação econômica.


As ações dele foram tão polêmicas quanto efetivas: em 2012, quando o deficit fiscal do Estado chegava a US$ 15 bilhões, o governador decidiu aumentar os impostos para os mais ricos.

Ele tomou essa medida ao mesmo tempo em que chegavam ao poder no país congressistas e governadores do chamado Tea Party, a ala mais conservadora do Partido Republicano. E que prometiam uma fórmula diametralmente oposta: a redução de impostos e a aplicação de incentivos tributários aos empresários.
Referendo

Brown apresentou sua ideia à população californiana em um referendo sobre a chamada "Proposição 30".

Os eleitores da região aprovaram, em novembro de 2012, um aumento de 13,3% do imposto estadual de renda aos cidadãos com ganhos anuais superiores aos US$ 250 mil, a taxa mais alta do país, além de uma alta no tributo sobre vendas.

Com isso, foi possível manter o investimento público em áreas como a educação e melhorar a condição fiscal do governo regional.

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