Ontem à tarde, voltando do médico, quando meu filho perguntou sobre os exames que foram pedidos, eu lhe entreguei as receitas e expliquei: “esse que pede o holter, é para ser usado só em caso de necessidade”.
Para nossa surpresa, o taxista que nos conduzia riu e disse: “esse é igual ao termo de posse do Lula, não é isso? Só se precisar!”.
Estávamos, meu filho e eu, tensos e preocupados, por isso a intervenção do motorista foi acolhida com prazer. Ele desanuviou o ambiente.
Mas mais do que isso, a mim serviu como prova inconteste que o povo está, como nunca esteve, inteiramente por dentro do que se passa em Brasília e que, desta vez, não vai ser fácil o Governo Federal nos colocar para escanteio.
O Brasil é nosso e isso precisa ficar bem claro.
Dona Dilma e sua entourage agem como donos do campo e da bola. Não são. São somente as pessoas que estão onde estão para administrar o país, desde que respeitem o que for decidido pelo Legislativo e pelo Judiciário. Desde que honrem a Constituição.
Estamos quebrados, falidos, arrebentados. Falo do Rio porque aqui vivo desde 1940 e nunca vi esta cidade tão triste, tão revoltada, tão sofrida.
Trinta e três categorias entraram em greve. O Estado do Rio está em colapso nos hospitais, nas escolas, nos serviços de atendimento e gerenciamento dos órgãos que deveriam servir à população. O governo estadual confessa que está sem dinheiro em caixa. Não pode pagar os salários, por isso desde novembro de 2015 acena com o parcelamento de salários, o que é uma afronta ao cidadão que não pode alegar o mesmo ao pagar suas contas.
O Brasil já está no fundo do poço. Dizem que esse poço tem um porão. Acredito, porque falta dinheiro para tudo, menos para os gastos do Governo Federal. Por exemplo, quem banca os gastos de Lula, o ex-presidente que hoje é, talvez, quem sabe, futuro ministro-chefe da Casa Civil de dona Dilma, que vai e volta, para lá e para cá, de jatinho particular e, para não desobedecer tão frontalmente o STF, montou seu gabinete num hotel de luxo em Brasília? Não acredito que seja de seu bolso, ele não tem esse costume...
Dona Dilma usa a sede do Governo, o belo Palácio do Planalto, como palanque para se defender do impeachment, que é o tema mais candente de seu Governo. Aliás, mais candente e único, tudo o mais foi deixado de lado.
Noutro dia fiquei chocada com o discurso, dentro do Palácio, na presença de dona Dilma e em frente à parede que traz o logo Brasil Pátria Educadora, do secretário de administração e finanças da Confederação dos Trabalhadores da Agricultura (Contag), Aristides Santos, que convocou seus companheiros a invadir terras de parlamentares ruralistas, como forma de evitar o impeachment: “Vamos ocupar os gabinetes deles e as fazendas deles contra o golpe", afirmou, alterado.
O que fez dona Dilma? Levantou-se e deu voz de prisão a esse destemperado? Ora, não sejamos inocentes. Ela o aplaudiu e mais, deu-lhe um fraternal abraço!
Não consigo atinar com os motivos que podem levar dona Dilma a se aferrar com tanto empenho ao Poder, a ponto de serem visíveis os danos que isso está fazendo à sua saúde, notáveis na palidez e abatimento de seu rosto.
Como não é amor à sua Saúde, nem muito menos amor ao Brasil, quais serão esses motivos?
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