Na minha mesa de trabalho, rodeado pelos meus computadores, smartphones, cadernos, canetas e outras traquitanas, assenta-se Aristóteles, minha caveira de estimação, ali postada como um lembrete de que tudo passa.
Tenho também uma versão mobile, uma caveirinha portátil. Como um smartphone, cabe na mão, e é eventualmente levada a participar de algumas reuniões. Esse é Aristides, cujo objetivo é relembrar aos participantes de alguns eventos que o tempo urge, que é importante ter clareza sobre as coisas prioritárias e as de real significado para nossas vidas.
A dupla de caveiras faz bem relembrar que o inexorável ciclo do nascimento, desenvolvimento, decadência e morte se aplica a tudo e a todos. Erga omnes, isto é, vale para todos.
Atualmente, devo confessar que me sinto positivamente desiludido com o estado geral de nosso país. Como assim, positivamente? A questão é que, durante um bom tempo, fui negativamente iludido.
Desde o começo deste século 21 até aí pelo final da década passada, mais precisamente até meados de 2009, quando comemorávamos a conquista da condição de anfitriões dos maiores megaeventos do planeta (Copa 2014 e Olimpíadas 2016), eu fazia parte do enorme contingente de brasileiros que julgava que a nação navegava com rumo mais ou menos correto.
Acreditava que poderíamos nos desvencilhar enfim e de vez do “complexo de vira-latas”.
Minha ingenuidade me fez acreditar que a rotatividade democrática do poder no Brasil ia acabar operando correções nos problemas que emergiam acerca do poder e sua legitimidade. Acreditava eu que iríamos restaurar o espírito e atitude positivos com que nós, brasileiros, atravessamos a virada do século 20 para o 21.
Agora não dá mais. O cheiro de putrefação elevou-se a tal ponto que a náusea tornou-se sufocante. Mais e mais cadáveres estão sendo retirados do armário por frentes sucessivas de investigações. Mas o que é ruim pode sempre piorar. Não são mais inverossímeis certas hipóteses que apontam que alguns cadáveres possam ser mais do que metafóricos.
Não dá mais para relativizar. Não se trata mais meramente de um acúmulo de casos de corrupção ligados ao poder. Está cada vez mais evidente que para se chegar ao poder tudo foi feito e que para se manter o poder, qualquer coisa foi e será feita.
É cada vez mais eloquente a realidade que se desvela ante nossos olhos. Vai sendo exposto que a nação foi vítima de uma monumental conspiração antirrepublicana. Provavelmente, nos próximos meses, as várias frentes de investigação vão desaguar na possível instalação de um Nuremberg à brasileira.
Infelizmente o Brasil está doente, muito doente. Felizmente, a contemplação do Aristóteles e do Aristides me relembra que tudo passa! O pesadelo que nos assombra são mortos vivos insepultos, que se negam a reconhecer que seu tempo acabou.
Atualmente, devo confessar que me sinto positivamente desiludido com o estado geral de nosso país. Como assim, positivamente? A questão é que, durante um bom tempo, fui negativamente iludido.
Desde o começo deste século 21 até aí pelo final da década passada, mais precisamente até meados de 2009, quando comemorávamos a conquista da condição de anfitriões dos maiores megaeventos do planeta (Copa 2014 e Olimpíadas 2016), eu fazia parte do enorme contingente de brasileiros que julgava que a nação navegava com rumo mais ou menos correto.
Acreditava que poderíamos nos desvencilhar enfim e de vez do “complexo de vira-latas”.
Minha ingenuidade me fez acreditar que a rotatividade democrática do poder no Brasil ia acabar operando correções nos problemas que emergiam acerca do poder e sua legitimidade. Acreditava eu que iríamos restaurar o espírito e atitude positivos com que nós, brasileiros, atravessamos a virada do século 20 para o 21.
Agora não dá mais. O cheiro de putrefação elevou-se a tal ponto que a náusea tornou-se sufocante. Mais e mais cadáveres estão sendo retirados do armário por frentes sucessivas de investigações. Mas o que é ruim pode sempre piorar. Não são mais inverossímeis certas hipóteses que apontam que alguns cadáveres possam ser mais do que metafóricos.
Não dá mais para relativizar. Não se trata mais meramente de um acúmulo de casos de corrupção ligados ao poder. Está cada vez mais evidente que para se chegar ao poder tudo foi feito e que para se manter o poder, qualquer coisa foi e será feita.
É cada vez mais eloquente a realidade que se desvela ante nossos olhos. Vai sendo exposto que a nação foi vítima de uma monumental conspiração antirrepublicana. Provavelmente, nos próximos meses, as várias frentes de investigação vão desaguar na possível instalação de um Nuremberg à brasileira.
Infelizmente o Brasil está doente, muito doente. Felizmente, a contemplação do Aristóteles e do Aristides me relembra que tudo passa! O pesadelo que nos assombra são mortos vivos insepultos, que se negam a reconhecer que seu tempo acabou.
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