sábado, 5 de dezembro de 2015

Dilmês, em estado bruto

Com sentenças que, levadas ao pé da letra sem rigorosa revisão, seriam barradas da ata de reunião de condomínio de um conjunto habitacional do Minha Casa Minha Vida, Dilma foi impondo o dilmês ao mundo civilizado 
Celso Arnaldo Araújo

Eventuais escorregadelas na forma e no conteúdo da fala humana são comuns no processo de comunicação entre pessoas, em qualquer nível. Umas se expressam melhor do que outras, simples assim. Mas alguns meses de exposição diuturna ao dilmês logo me permitiram concluir que aquela língua estranha falada pela presidenciável Dilma tinha método, tinha regras. Tinha até estilo – que, para um iniciado, podia ser facilmente reconhecido a partir de outro planeta. No discurso citado no capítulo anterior, no qual ela confessa ter feito embaixadinhas com uma bola não muito esférica de folhas de bananeira – o que deve tê-la indisposto com a turma do Itamaraty –, há inúmeras marcas registradas do dilmês. Se fosse preciso escolher uma, ei-la: “É uma bola que é uma bola.”
(Trecho do livro)

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