Os jornais falam de um “piquenique” do presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha – que teve minha simpatia quando das eleições para a mesa da Câmara –, e mais uma meia-dúzia de companheiros de “trabalho em prol do povo”, que teria acontecido em Moscou e Israel, nos últimos feriados e dias “imprensados” da semana passada, com diárias por nossa conta. A repercussão negativa talvez seja pela imprudência dessas vilegiaturas. Mas deve ser normal, em se tratando de Congresso Nacional.
Se o Brasil fosse um país sério, como teria dito o grande De Gaulle, isso não aconteceria, mesmo porque o Tribunal de Contas seria, no meu entendimento, e no entendimento do seu mentor, Rui Barbosa, o órgão mais importante da nossa República – isso se nós o constituíssemos como seu fundador pensou. E seria mesmo, posso dizer isso porque lá vivi e conheci suas entranhas. Só existe ladroagem na Petrobras, mensalão e corrupção endêmica no resto do país, porque aos políticos analfabetos e mal-intencionados não interessa uma Corte de Contas com competência para prender ladrões da coisa pública. Rui pensou em um órgão de controle externo, auxiliar de informação “ao” Legislativo, mas a conveniência do Constituinte de 88 o transformou em órgão “do” Legislativo e, assim, criou, essa sinecura que está aí. No TCE-MG está, sem dúvida, o melhor quadro técnico do Estado, são mais de 800 técnicos com pós-graduação lato sensu em controle externo, desperdiçados.
Não estou aqui cuspindo no prato em que comi. Falei isso quando presidente daquela Corte, onde trabalhei decentemente por 14 anos. E continuo pensando que o TCE deveria e deverá ser um dia uma Câmara de Contas do Tribunal de Justiça, composta por desembargadores, à semelhança de suas câmaras cíveis e criminais, deixando, assim de, ser boca para deputado em fim de carreira.
Eu penso e sei que é assim.
Sylo Costa
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