terça-feira, 7 de abril de 2015

Como os EUA 'viraram o jogo' contra a corrupção

No século 19, a falta de um funcionalismo público profissional favorecia o apadrinhamento nos Estados Unidos. Grandes projetos de infraestrutura manchados por corrupção; apadrinhamento político nos governos federal, estadual e local, bem como o uso de cargos públicos para obter ganhos privados e manter-se no poder.

O cenário acima poderia descrever a situação atual de diversos países do mundo - inclusive do Brasil -, mas se refere especificamente aos Estados Unidos do fim do século 19.

No período a partir de 1870, conhecido como “Gilded Age” (Era Dourada), o surgimento de uma sociedade mais urbanizada e industrializada e de novas fontes de riqueza nunca antes vistas, em um momento de rápido crescimento econômico nos EUA, evidenciou os altos níveis de corrupção política no país.

Seriam necessárias algumas décadas e a adoção de várias medidas de regulação para que o problema fosse controlado.

Apesar de ressaltarem que a corrupção não foi totalmente erradicada nos EUA, analistas concordam que as reformas adotadas na virada do século 19 para o 20 foram essenciais para combater o problema e fazer com que o país hoje se situe entre aqueles com baixos níveis deste tipo de delito.

No mais recente Índice de Percepção da Corrupção, divulgado em dezembro passado pela Transparência Internacional, os EUA aparecem na 17ª posição entre 175 países, ao lado de Irlanda, Hong Kong e Barbados. O Brasil ficou em 69º lugar, ao lado de Bulgária, Grécia, Itália, Romênia, Senegal e Suazilândia.

Segundo analistas, nas décadas finais do século 19, práticas até então dominantes nos EUA, como clientelismo e apadrinhamento político, começaram a ser menos toleradas.

“Muitas práticas que simplesmente eram encaradas como normais em períodos anteriores da história americana passaram a ser vistas como problemas”, disse à BBC Brasil o historiador Alan Lessoff, professor da Illinois State University.

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