O vídeo, claro, viralizou. A fome se alastra no País, aterroriza, comove. Dona Ilza teve a solidariedade do ex-Presidente Lula e ganhou campanha nacional de ajuda financeira. O sujeito desumano virou a cara da campanha do Capitão. Maldades, ameaças, crimes. Fraudes. O tal “empresário” recebeu 15 parcelas da ajuda emergencial que o mito jura ter destinado aos “mais carentes”. Dinheiro vivo, ao gosto da família Bolsonaro.
Violência extrema, de Norte a Sul do País. Recente pesquisa Quaest, contratada pelo Monitor do Debate Político da USP, traz, nesse sentido, dado estarrecedor: um a cada cinco eleitores considera “justificável utilizar violência caso o lado opositor vença a eleição presidencial”.
Tragédia anunciada. O negacionista se alimenta do ódio. Por ele, a situação pode sair do controle. Há casos chocantes de fúria selvagem. Em Confresa, Mato Grosso, o pedreiro bolsonarista Rafael Silva de Oliveira desfechou 15 golpes de faca no olho, na testa e no pescoço de seu colega Benedito Cardoso dos Santos, eleitor de Lula. Rafael confessou o crime, contou que tentou decapitar a vítima com um machado.
Apenas na primeira metade de 2022, a violência política no Brasil deixou 40 mortos. O Observatório da Violência Política e Eleitoral, da UERJ, constata que, de janeiro a junho de 2022, ocorreram 214 casos de violência, número 4,5 vezes maior do que o total de 47 casos identificados no mesmo período de 2021.
Nas eleições municipais de 2020, entretanto, houve 380 casos de violência, no terceiro e quarto trimestres. Ou seja, estamos no pico da selvageria. Desgovernados, perturbados e desregrados. Átimo comandado por um homem obcecado em mentir, mentir e mentir, e fazer arminha com seu órgão genital.
A violência crescente chegou ao TSE na forma de pedidos de reforço policial pelos Estados: no primeiro turno das eleições de 2014, 279 cidades contaram com o apoio da força federal. Em 2016, 467. Em 2018, 513 municípios tiveram o reforço policial. Em 2020, subiu para 613. Veremos o balanço final de 2022.
O que mudou desde 2002, 2006, 2010, 2014? A eleição do incapaz e odiento alterou profundamente o padrão da violência eleitoral no País. Felippe Angeli, gerente do Instituto Sou da Paz, diz que até anos atrás, as brigas eram consequência de questões paroquiais e disputas territoriais”. Não são mais em sua maioria.
“Com a eleição de Jair Bolsonaro, os autores dos atentados não são mais coronéis da política, justiceiros de uma comunidade carioca. Hoje, a violência é cometida pelo “cidadão de bem”, no sentido do cidadão comum. É o cara que passa na frente de uma festa de aniversário e decide atirar contra o aniversariante”.
Foi assim, em sua festa de aniversário, que o tesoureiro do PT em Foz do Iguaçu, Marcelo Arruda, foi friamente assassinado pelo bolsonarista declarado, o policial Jorge Paranho. Dois meses depois, e Paranho, preso por homicídio duplamente qualificado, ainda não foi ouvido. A defesa de Paranho entrou com pedido de habeas corpus. A Justiça negou, alegando justamente a proximidade das eleições. Alivio em Foz do Iguaçu.
Para registro: num raro fato político, Lula anda com colete à prova de bala.
Vamos parar de falar do coiso.
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