O drama, agora, é pungente: como é que um almirante explica que perdeu o navio? Não deve ser fácil. Não é uma peça que se esqueça num carro, num armário, ou que se deite para um caixote do lixo. Será que o incêndio começou na cozinha, com uma frigideira, a alastrou ao paiol? E por azar pegou fogo a um dos mísseis de cruzeiro, preparadinho para ser lançado contra uma cidade ucraniana? Tudo isto é uma grande chatice. Um imenso aborrecimento. Uma saída vergonhosa. Perder dez tanques não custa nada, nem mesmo dez aviões, mas explodir e afundar um navio-almirante dá muito nas vistas.
Este rombo, numa fase tão crítica do plano Z de Putin – já percorreu todo o abecedário – não anima. Só faltava isto. E logo na Frota do Mar Negro, onde se vivia tranquilamente, a milhas de distância da confusão do sul da Ucrânia. Este almirante, sem navio, vai ser purgado. Não há outra forma de explicar este tiro mortal no "Flagship", sempre rodeado e protegido por uma pequena frota.
A fúria de Putin não tem limites. Está amarelo de raiva. Não sabe o que fazer. Enviar o único porta-aviões que a Rússia tem? Talvez sim, talvez não. Ainda fica sem ele, com mais uma explosão e um incêndio a bordo. Esta guerra é um fracasso. Um desespero. Uma maçada. Só más notícias. Péssimas. Tudo poderia acontecer, menos o "Moskva" ir ao fundo.
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