quinta-feira, 20 de janeiro de 2022

Maracugina para Queiroga

Marcelo Queiroga, ex-médico e atual porta-voz do presidente e ministro da Saúde Jair Bolsonaro, está muito irritadinho no cargo. A qualquer pergunta descontrola-se, faz má-criação ou abandona a entrevista. Em setembro de 2021, em Nova York, quando ajudou a carregar as malas de Bolsonaro na visita deste à ONU para um esquete humorístico, Queiroga estomagou-se com um protesto e mostrou o dedo para as câmeras. Era caso de Maracugina na veia.

Disse há tempos que espera "um bom julgamento da história". Tarde demais. Seu antecessor Eduardo Pazuello entregou-lhe o país com 11,5 milhões de casos de Covid e 280 mil mortos. Queiroga já elevou esses números para, até agora, 23 milhões de casos e 620 mil mortos. Números, aliás, são um problema para ele. Sempre que tem de citar algum, embarafusta-se com os zeros e erra por milhares ou milhões.


Outro dia, disse que o Brasil tinha 4.000 mortos por uso da vacina antiCovid. Mas, segundo seu próprio ministério, só uma pessoa morreu disso, donde Queiroga errou por 4.000%. Quando ele anuncia que 20 milhões de testes ou 40 milhões de vacinas vão chegar no dia tal, é bom dividir os números pela metade e multiplicar os prazos por dois. Neste momento, atendendo à voz do dono, está sentado nas traseiras, tentando adiar a vacinação das crianças.

Queiroga quer ser governador ou senador por seu estado, a Paraíba. Num comício em João Pessoa, anunciou que Bolsonaro tinha "chamado outro paraibano para vencer uma pandemia". Referia-se ao presidente Epitácio Pessoa, que "governou o país na época da Gripe Espanhola". Errou. A Espanhola foi de setembro a novembro de 1918. O presidente era Wenceslau Braz. Na época, Epitácio estava na França, tomando champanhe e preparando-se para fazer figuração na Conferência de Paz, em Versalhes. "Eleito" (votos fraudados) em 13 de abril de 1919, só tomaria posse em 28 de julho.

Em "narrativa", Queiroga é doutor.

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