quarta-feira, 27 de janeiro de 2021

Parem de receitar a cloroquina Bolsonaro ao Brasil

Repita-se e repita-se: Bolsonaro é o maior culpado pela tragédia sanitária no Brasil. Se sem ele já seria difícil combater a pandemia, com ele a tarefa se torna impossível. Bolsonaro é uma cloroquina.



Essa cloroquina continua a ser distribuída irresponsavelmente pelos integrantes do Congresso Nacional que nada fazem para apear o presidente o mais rápido possível. Com Bolsonaro, um plano nacional para evitar a morte de um número maior de cidadãos acometidos pela Covid-19 é fantasia. Ele e seus filhos continuam a desdenhar da doença que já matou quase 220 mil brasileiros em menos de um ano e sabotar com pilhérias as medidas preconizadas por epidemiologistas e infectologistas. Com esse tipo de escumalha, não há o que fazer, a não ser usar os instrumentos da democracia para tirá-los de onde estão e, em seguida, processá-los criminalmente.

Neste momento grave, ao invés de preocupar-se com o que deve ser feito urgentemente, deputados e senadores ocupam-se, com as exceções de praxe, em obter o máximo de benefícios de toda ordem no escambo com o Palácio do Planalto, enquanto o Brasil arde de Covid-19. Os que se dizem de oposição querem manter Bolsonaro na presidência da República em nome da “estabilidade institucional neste momento de crise sanitária”. Lorota criminosa. Trata-se apenas de fazer “sangrá-lo” até as eleições de 2022. Já vimos esse filme em outras ocasiões. Bolsonaro é o maior responsável pelo alastramento da doença no país e pela falta de qualquer planejamento nas medidas de isolamento social e de vacinação da população. O Brasil assiste, paralisado, à mais completa improvisação na compra de vacinas, insumos e imunização em massa. Enquanto outras nações fizeram encomendas gigantescas de várias vacinas ainda em desenvolvimento, em meados do ano passado, o governo federal contentou-se, de má vontade, em comprar a da AstraZeneca/Oxford e participar de um consórcio de países organizado pela OMS. A muito custo político, concordou em adquirir a Coronavac a ser fabricada pelo Instituto Butantan, sob os auspícios do inimigo João Doria, mas sempre desprezando o que os bolsonaristas chamavam de “vachina”.

Bolsonaro agora tenta bancar o governante responsável, mas o figurino lhe é apertado demais. Para manter-se no poder, ele vai se garantindo com a compra descarada de deputados e senadores sequiosos por cargos na administração federal. Também pretende se refestelar no assistencialismo, sempre com o dinheiro do pagador de impostos — no caso, todo mundo, inclusive os mais pobres. A manutenção da reserva estratégica da fome de milhões de cidadãos que se contentam com esmolas é o único plano consistente de governo no Brasil, não importa a ideologia dos inquilinos do Planalto ou das composições do Congresso.

Mesmo os sistemas mais degenerados, contudo, têm limite. No caso de Bolsonaro, é vida ou morte. Nunca foi assim. Ele vem cortando literalmente o oxigênio de milhares de brasileiros. Média móvel de mil mortos por dia, senhores! Não é possível que falte esse nível de consciência — e de honra — a deputados e senadores empenhados no fisiologismo ou simples cálculos eleitorais.

Eduardo Pazuello é um bode expiatório para enganar o distinto público. Se nada for feito em relação ao presidente da República, o Congresso Nacional será cúmplice da barbárie que se desenrola diante dos nossos olhos, sem horizonte provável para terminar. Parem de receitar a cloroquina Bolsonaro ao Brasil. Independência ou morte.

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