Ainda subindo, a taxa italiana de mortes por 100 mil habitantes pela epidemia é mais de 30 vezes a sul-coreana, já estável. A espanhola, também em alta, corresponde a quase 20 vezes a do tigre da Ásia. Algo deu bastante errado na forma como Itália e Espanha lidaram com a doença.
As pessoas ficam em casa, mas em até 85% dos casos, segundo dados da China, o contágio ocorre no próprio ambiente familiar. Ter dado atenção a esse fato talvez explique parte da eficácia da estratégia asiática.
Além de decretarem restrições à mobilidade, lá as autoridades localizaram depressa as regiões quentes do espalhamento da epidemia e, dentro delas, os indivíduos infectados, que foram isolados inclusive, notadamente na experiência da China, de outros familiares saudáveis.
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Fora dessa ilha, o bicho vai pegar. Fechar escola de rico faz sentido, mas despejar milhões de crianças, sem acesso à educação a distância nem à alimentação que recebiam nas escolas, em bairros populares densamente povoados e débeis em saneamento arrisca aumentar o caldo de transmissão imediata do vírus e da ignorância a longo prazo.
Outra atitude recomendada, inspirada em iniciativas asiáticas, é fazer busca ativa de infectados nas comunidades e isolá-los de lá. Cruzar os braços enquanto a doença se espalha nas áreas populosas desprotegidas vai produzir um grande desastre.
O Brasil tem alguns dias para tentar evitar a repetição, aqui, de um cenário italiano, só que desproporcionalmente penoso para os pobres.
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