quinta-feira, 27 de setembro de 2018

Taí o que eles queriam

O grande cabo eleitoral na boca de se ir às urnas é o medo. Como lá atrás, o eleitor segue o que manda o cabresto, não mais do coronel, mas do triunvirato oligárquico da política, do empresariado e da mídia.

O Brasil foi às urnas para eleger o Caçador de Marajás, filho dileto do coronelismo político, com apoio do empresariado, para acabar com o privilégio das elites. Essas continuaram se fartando à tripa forra. E os marajás aumentaram em número e mamaram com mais vigor.

Depois apostou no Pai dos Pobres, pelego visceral de privilégio até em camburão da ditadura (nunca ia na caçamba). Por trás dos out-doors sobre o fim da miséria, a farra era megalomaníaca. A bica estava sempre aberta para as elites, principalmente dos banqueiros e mídia, enquanto pingava migalhas para a miserabilidade. Com imensa generosidade, multiplicou os milionários entre amigos, padrinhos, parentes e outros assemelhados das "esquerdas", que no Brasil são milhares de bocas famintas por dinheiro.

Agora chega-se ao dilema entre o coturno e a sacolinha, entre o verde e o vermelho, o que dá marrom. É a cor do futuro: "barro". 

O candidato Gandola significaria o poder ser tomado pelos militares via voto democrático. É o que alardeiam como profecia. Mas as instituições, segundo tanto gostam de vangloriar-se, não estão sólidas? Ou não estariam assim tão democráticas? Se até mesmo o "Comandante", ex-ministro da Casa Civil de Lula, condenado, mas desfilando em noites de autógrafos, já declarou que o adversário seria apenas um "Temer, mais redicalizado", o que temer, sem trocadilho? Vai se ter medo de quê quando as Forças Armadas foram sempre bem aquinhoadas (e muito bem nos governos petistas)?

Talvez o "golpe militar" seja mais um fantasma camarada que a criatividade do comissariado tenha transformado em dragão. Mas por mais que ponha fogo pela ventas não assará criancinhas como se profetiza. Há muitas décadas de pensamento separando as Forças de hoje das de 1964, porque o mundo é outro.

O candidato Poste, incensado pelo esquerdismo caiçara, que tem como patrono um presidiário, não está muito longe de fazer estrago como o possível adversário. Se um acena com o militarismo, o outro hasteia o autoritarismo populista, que se instalou com a fartura de dinheiro para comprar seus mercenários. Entre o coturno pisando o Planalto, preferem um país comandado da cadeia de Curitiba ou gerenciado por um ex-presidiário indultado, e não eleito. Um acinte a qualquer Estado de Direito tão perigoso quanto o tacão do coturno.

Os dois são farinha do conservadorismo que ainda governa "pelo povo e para o povo" a preços de mercado negro. São representantes de governos de crime. Na calada dos porões, um matou; outro assaltou. As caras que devem liderar nas urnas carregam passados de vergonha dos ideários que defendem. Medíocres máscaras. O medo é implantado para manter a polarização que tanto agrada aos poderes para melhor manter sob o relho os assustados.

O Brasil que se quer está bem longe, e cada vez mais, de se tornar realidade. Talvez bem lá na frente se possa fazer alguma mudança, mas tem que se começar agora fazendo faxina nas cabeças. 
Luiz Gadelha

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