Ao menos 437 mil pessoas são assassinadas no mundo a cada ano – uma média de 6,2 assassinatos por 100 mil habitantes. A América Latina e o Caribe abrigam 8% da população mundial, mas concentram 33% dos homicídios globais. Dezessete dos 20 países com as maiores taxas de homicídios estão localizados na América Latina e no Caribe. Quatro países da região – Brasil, Colômbia, México e Venezuela – são responsáveis por um quarto (25%) dos assassinatos globais.
Mais de 130 grandes cidades latino-americanas (com mais de 250 mil habitantes) podem ser consideradas altamente perigosas, pois têm taxas de homicídios superiores a 25 para cada 100 mil habitantes.
Entre as 50 cidades mais violentas do mundo, 43 estão localizadas na América Latina e no Caribe. As quatro primeiras são San Salvador, em El Salvador, Acapulco, no México, San Pedro Sula, em Honduras, e Soyapango, em El Salvador. O Top 10 tem três cidades brasileiras: Marabá, São Luís do Maranhão e Ananindeua.
Existem 36 países com taxas de homicídios abaixo de um por 100 mil habitantes. Vinte estão na Europa, 11 na Ásia, três na Oceania e dois na África. Os países com as menores taxas de homicídio no mundo são Andorra, o principado de Mônaco e a Grécia. Na América Latina, o Chile apresenta a menor taxa de homicídio: 2,7 assassinatos para cada 100 mil habitantes.
Os autores do relatório do Instituto Igarapé tentaram dar uma explicação para o problema endêmico de homicídios na América Latina e no Caribe. Eles fizeram questão de esclarecer que não é que toda a América Latina seja violenta, mas que há áreas determinadas nas quais ocorre uma quantidade desproporcional de homicídios.
A América Latina é particularmente suscetível a condensações de crimes por causa de sua urbanização desenfreada. As cidades latino-americanas cresceram mais rápido do que na maioria das outras partes do mundo durante os últimos 50 anos. Em 2000, por exemplo, três quartos da população vivam em cidades – praticamente o dobro da proporção na Ásia e na África.
Segundo a publicação britânica The Economist, "a mudança do campo para a cidade concentrou os fatores de risco para violência letal – desigualdade, jovens desempregados, famílias deslocadas, serviços governamentais deficientes, fácil acesso a armas de fogo".
Além disso, os autores do relatório do Instituto Igarapé afirmaram que, em muitos casos, não há forças de segurança suficientes, particularmente em áreas de alta criminalidade. E, em diversos casos, os policiais estão envolvidos com o crime organizado. Além disso, a maioria dos assassinatos não é resolvida. Em algumas partes da América Latina, apenas um em cada 20 homicídios reportados é solucionado.
Deutsche Welle
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