quinta-feira, 13 de abril de 2017

A oposição de Renan ao governo Temer acendeu uma luz

Semana passada, em longa frase de meu artigo, faltou o ponto de interrogação, como segue: vamos ficar com Temer até o final, não só porque uma eleição indireta poderia elegê-lo de novo, mas porque o país não aguentaria, com 13,5 milhões de desempregados, em tão curto prazo, turbulência institucional capaz de comprometer o regime democrático? Depois da pergunta, este desabafo: vamos rezar, gente!

Linhas antes, disse que nenhum país, muito menos o nosso, mereceria Lula duas vezes, Dilma também duas e Temer, além de vice duas vezes, uma vez presidente e, o que é pior, acompanhado de péssimas companhias. Os dois primeiros traíram o país e o devolveram simplesmente quebrado. Quanto a Michel Temer, só perguntei: e o terceiro? De propósito, deixei que completassem o que poderia dizer.

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Recebi algumas contribuições. A maioria considerou o apelo à reza, no final, oportuno e adequado. Mesmo assim, para todos, há motivo de sobra para suportar Temer até 2018, ainda que ele não seja a solução ideal: “Já sem futuro político, até mesmo pela idade, ele está tentando fazer alguma coisa pelo menos melhor do que aquilo que tivemos até agora. Não teme a impopularidade nem busca a demagogia. Será que ele é um homem que pensa em se redimir no fim da vida?”.

Refletindo sobre minha despretensiosa provocação e, coincidentemente, depois das inúmeras críticas feitas pelo senador Renan Calheiros ao governo Temer, concluí que conceder ao presidente um pouco de crédito talvez seja o melhor caminho. Já imaginou, leitor, Renan presidente da República? Impossível? Claro que não, pois, para o alagoano, nada é impossível, tudo é provável. Até o aplauso de Lula!

Está aí, no ar, uma nova aliança entre Calheiros (aquele que, para permanecer no poder e, claro, se livrar de quase uma dezena de processos, vende a mãe e não entrega) e Lula, aquele que, se tinha alguma coisa a contribuir quando se iniciou como bravo defensor dos oprimidos, hoje corre risco de terminar sua vida defendendo-se de acusações graves. Que poderão transformar-se em várias condenações.

É possível que a “estratégia” (de oposição) assumida por Renan Calheiros seja a luzinha que faltava a Temer no fim do túnel. Quem sabe não se começa pelo senador a profilaxia que se faz tão necessária em seu governo? Isso ajudaria bastante na chegada a 2018.

De minha parte, considero que se aplica ao presidente, como uma luva, o lema que se autoaplicou nosso palhaço Tiririca, quando foi candidato pela primeira vez: “Pior que tá, não fica”. Esse lema lhe valeu algumas eleições. Ao votar, porém, em favor do impeachment, contrariou-o ao dizer, alto e bom som, no Congresso Nacional: “Pior que tá, fica” – um alerta, agora, àqueles que desejam ver Temer pelas costas.

Desculpe-me, leitor, por essas patacoadas. O que de fato queria celebrar é a última frase do jornalista Fernando Gabeira ao tratar da extensão da prisão domiciliar, concedida a Adriana Ancelmo (mãe de dois menores), às mães pobres: “Pelo menos, a intervenção do governo (ao defender essa extensão) admite que pobres também são humanos e retira esse conceito do limbo em que foi jogado por militantes que consideram humano apenas quem compartilha de suas ideias”.

Terrível, não? Mas verdadeiro! A frase contém uma explicação que procuro há anos. De maneira concisa, aponta, talvez, a maior causa das desavenças entre dois “grupos de militantes”, no Brasil ou no mundo. Cada grupo quer saber de seu butim. O povo que se dane!

Haja reza!

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