segunda-feira, 11 de julho de 2016

Repetidamente

Vamos combinar que a gente perdeu. Na melhor das hipóteses, estamos perdendo. De muito. De maneira humilhante. Inevitável, irremediavelmente, ao que parece.

Vergonha está fora de moda. Os idiotas perderam a humildade. E o mundo parece ter virado ajuntamento dos sem noção.

Não é de hoje que nos trópicos a gente assiste com certa complacência não justificada, as vezes explicada mas jamais entendida, a degradação e o apodrecimento a céu aberto das instituições, dos hábitos, das crenças ou de qualquer ideia ou ação que pudesse levar a alguma melhora.

Isto talvez não seja novidade. Ou melhor, não é. Afinal de contas, populismo é coisa que a gente entende e tem o habito de cultivar em nossa história ou mesmo, como acreditam os mais pessimistas ou fatalistas, na nossa alma.
Apesar de tudo, havia sempre a esperança vinda de lugares onde, parecia, o bom senso costumava prevalecer. Dava sempre para apontar algum lugar onde as coisas caminhavam na direção certa. Tudo o que precisaríamos seria aprender com seus acertos. Era bom consolo para uma gente aparentemente incapaz de aprender com os próprios erros.

Mas tudo muda. E desta vez, parece ter mudado para pior. Democracias maduras e consolidadas cometem erros primários. Cultivam a intolerância. Abraçam o populismo. Com toda maldade e consequência que ele pode gerar.

Por toda parte floresce a intolerância. É fonte de preocupação quando nas democracias mais avançadas é a politica de identidade que domina o cenário e, pior, sai vencedora. Deixaram de exportar valores democráticos e abraçaram, com paixão, o “nós” contra “eles”.

Dai o nacionalismo histérico e improdutivo. A explosão de conflitos raciais. A prevalência de propostas ilógicas, inconsequentes, e irracionais. Ou de candidatos radicais. E tome Brexit. E dá-lhe muro na fronteira. E durma-se com o barulho do conflito racial. Tudo preocupante. Nada positivo.

Seres humanos são mesmo complexos. Devem sua sobrevivência a capacidade de resolver problemas. Mas não são inteligentes o suficiente para não cometer o mesmo erro. Repetidamente.

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