sexta-feira, 3 de abril de 2015

A nação exige o enfrentamento da realidade

Por mais que o lulopetismo – uma espécie de bando de gafanhotos que vem infestando o Brasil e que se renova constantemente após o período de vida muito curto que a natureza lhe traça, infelizmente reproduzida com enorme rapidez – feche os olhos e jogue a responsabilidade sobre a mídia, é impossível negar a anarquia que fizeram no campo político e econômico brasileiro. Se fôssemos um país de idiotas, vá lá. Mas não somos, e, por não podermos ignorar o alto nível de ignorância que nos cobre de vergonha dos nossos dirigentes, é preciso não esquecer: idiotia não é sinônimo de ignorância; antes, é definida como atraso intelectual profundo, classificando seu portador como carente de linguagem e com nível mental inferior ao de uma criança de 3 anos. Ao contrário, o ignorante é apenas falto de saber, não de sabedoria, que esta, sim, lhe assegura o bom julgamento para avaliar o comportamento dos seus representantes.

Vem a propósito dessa introdução a reviravolta que o petismo deu na política macroeconômica a partir de 2008. Copiando medidas adotadas alhures e a pretexto de ministrar o receituário de países centrais, fizeram aqui a farra completa da política anticíclica keynesiana, que, sabidamente, não funciona nos países periféricos. Importava, porém, fazer demagogia, distribuindo vantagens e subsídios discricionariamente, por meio, principalmente, do Tesouro/BNDES, cujo presidente deve ter estudado em livros de política econômica de baixo para cima.

Criou-se, assim, um ambiente falso de prosperidade, crescimento e expectativas. Pouco importava se estava em andamento uma nova caminhada, fincada em clima de enganação e cujo aumento da riqueza correspondesse a valores muito superiores ao crescimento da renda, coisa que conhecemos bem e sabemos que não funciona.

Entretanto, a conhecida turma dos sabedores da Unicamp não perde tempo com isso. O negócio é espalhar a mancheias expectativas favoráveis ao desenvolvimento que o resto se ajusta. Pouco importa se houver algum desajuste ou desvio. Nem tudo corre rigorosamente como planejado. Vale é a essência da farmacologia. E nisso, pensam essas esquerdas irresponsáveis, são insuperáveis. Ademais, têm a lenha necessária para o fogão manter-se aceso: se não der certo, faz-se de outra maneira – e o que é ainda mais estimulante, ninguém recebe punição.

Não consigo enxergar como vai haver-se a dra. Dilma nesse turbilhão que S. Exa., voluntariosa e autoritária, montou. Poderia ter-lhe parecido armadilha para pegar rato, tão fácil era o “achado”, e acabou virando engenho para prender urso. Se estiver errado, pelo menos penso como a maioria das pessoas sensatas: a sra. chefe do governo acabou vítima dos instrumentos montados pelos seus funcionários, sob a sua aprovação e mando. Muito desatino depois, tornou-se prisioneira do PMDB e dos economistas. A prisão política é mais virulenta do que a econômica. Desta, pode, com restrições, livrar-se do ministro Levy. Daquela, há de conformar-se com o que tem. “Much ado about nothing” (Shakespeare), ainda tê-los-á?

Márcio Garcia Vilela

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