terça-feira, 31 de março de 2015

Parlamentares sem fronteiras

Depois de quase dois anos de esforço, conseguimos reunir um grupo de parlamentares de diversos países e lançar o movimento a partir de uma reunião no Nepal
Criança africana (Foto: Arquivo Google)
O mundo ficou global, os problemas planetários, as soluções exigem enfoque mundial e de longo prazo, mas a política continua presa do curto prazo entre eleições e dependente dos votos conforme os interesses locais.

Obama disse que "não há presidente do mundo", por isso, não há como chegar a um acordo global sobre o Meio Ambiente, a crise financeira, a migração, a pobreza. Os políticos agem para atender os desejos dos seus eleitores e limitam-se ao prazo da próxima eleição. Mas raros problemas podem ser enfrentados apenas dentro de cada pais e olhando-se apenas o interesse do eleitor no curto prazo. Pensando isto que desde 2013 venho tentando, junto com Kailash Satyarthi, que em 2014 recebeu o Nobel da Paz, criar um movimento Parlamentares sem Fronteiras pelos Direitos das Crianças do Mundo.

A idéia é universalizar o problema da infância, tanto por razões éticas, cada criança é primeiro um ser humano, só depois um cidadão de algum país; como também porque o futuro do mundo depende de como serão e agirão no futuro as crianças de hoje; e porque não há como enfrentar as necessidades de um bilhão de crianças carentes sem um esforço internacional.

Depois de quase dois anos de esforço, conseguimos reunir um grupo de parlamentares de diversos países e lançar o movimento a partir de uma reunião no Nepal, pequeno país que aceitou sediar o desafio. A partir de agora, a tarefa será ampliar o número de parlamentares sem fronteiras em torno dos direitos das crianças, para depois reunir parlamentares com outras vocações para formar outros grupos unificados na busca de soluções mundiais para outros problemas.

No Nepal, pioneiro da ideia, recebi a função de criar e coordenar o primeiro secretariado do movimento parlamentares sem fronteiras com o propósito de defender os direitos das crianças do mundo. Como eu disse na coletiva de imprensa final: não estávamos ali com o objetivo de tantos outros que dali partiam para escalar o Everest, nosso propósito exige menos resistência física, mas carrega mais idealismo: criar uma nova cultura na maneira de fazer a política parlamentar com a perspectiva da humanidade inteira e do longo prazo e usar esta nova cultura para salvar um bilhão de crianças das necessidades básicas, especialmente educação de qualidade. E por meio delas construir um mundo melhor.

O que você acha?

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