sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

Prefeitos testam 'vacinas' contra violência

Crianças em centro recreativo em Cáli, na Colômbia
Três cidades com alta taxa de homicídio aplicam fórmulas que não passam pela linha dura
É uma discussão que se repete nos meios de comunicação e nas campanhas políticas dos países mais afetados pela violência criminosa: é preciso aplicar em maior escala a linha dura, ser mais implacável e até considerar a possibilidade da pena de morte para os casos mais graves.

Mas alguns governantes locais da América Latina estão mostrando em seu território que nem sempre usar a violência para reduzir a violência é a melhor opção. E que às vezes, com medidas simples, práticas e de muito baixo custo, são obtidos resultados positivos.
Durante uma visita à sede do Banco Mundial, em Washington, três prefeitos de cidades consideradas entre as mais violentas da região compartilharam suas fórmulas pouco convencionais para resolver um problema que em muitos países afeta principalmente os jovens e é a principal preocupação da população.
Há muito tempo essa instituição considera a insegurança da população como um dos grandes temas do desenvolvimento no futuro e trabalha junto aos Governos dos países, mas também de Estados e municípios, para apoiar enfoques diferentes e soluções práticas e inovadoras para o tema da violência.
Um exemplo é Rodrigo Guerrero, prefeito de Cali (Colômbia), que em seus dois mandatos como governante local (1992-1994 e 2012-2015) aplicou seus conhecimentos de médico epidemiologista para tratar as altas taxas de homicídios em sua cidade da mesma forma que se faria com uma doença de origem desconhecida.

"É um método que chamo de 'Epidemiologia da Violência' e que já é aplicado em várias cidades da Colômbia e também em outros países."
Essa análise científica da realidade fez com que as autoridades tomassem medidas diferentes em regiões diferentes. Em alguns lugares foi melhorada a iluminação pública, em outros foi proibida a venda de álcool depois de determinado horário, em outros, foi aumentada a presença da polícia.
O desafio para Guerrero, quando aplicou esse método pela primeira vez, há mais de 20 anos, foi demonstrar que isso que ele pretendia tratar como se fosse uma epidemia poderia efetivamente ser erradicado.
"Cali tinha um índice de 126 assassinatos por 100.000 habitantes, quando entrei estava em 83, agora está em 62. É uma taxa de homicídios que ainda consideramos inaceitável, mas continuaremos a baixá-la, porque já sabemos como atacar o problema criteriosamente", diz Guerrero.
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