quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

Não vai dar certo

Como pode dar certo um governo cuja base está dividida e se assemelha a uma Torre de Babel?
A cabeça da presidente deve estar azucrinada de tantos conselhos. O que não faltam nos círculos petistas são engenheiros de obras prontas, com soluções mágicas e contraditórias.

Wladimir Pomar, por exemplo, coordenador da primeira campanha presidencial de Lula, escreveu um alentado artigo sobre o “desafio da retirada estratégica”.

Sem papas nas línguas, o autor diz que os dirigentes envolvidos em caso de corrupção, deveriam pedir desculpas ao povo brasileiro e à militância, ”ao invés de viverem reiterando sua inocência, ou levantando o punho em sinal de luta”.

Dilma, claro, não deu atenção às palavras de Pomar ou não leu o seu artigo. Preferiu seguir o conselho de seu marqueteiro e jogou, com a maior desfaçatez, a responsabilidade da corrupção na Petrobrás para as costas do presidente Fernando Henrique Cardoso.

A tática do punguista que grita pega o ladrão denunciada por FHC não vai dar certo. Não resistirá à lógica implacável dos fatos. Tanto que já virou motivo de piada.

Para manter sua versão o palácio do Planalto depende do mutismo dos diretores de construtoras presos na Polícia Federal. Um deles, Ricardo Pessoa, presidente da UTC, já sinalizou o tamanho do estrago que poderá causar.

O problema do governo Dilma não é de marketing, é de credibilidade. É da falta de um discurso consistente com respostas para a crise ética, econômica e política.

Leia mais o artigo de Hubert Alquéres

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